23/11/2021 11h11 - Atualizado em 23/11/2021 11h13
Há uma frase interessante atribuída a Pablo Neruda: “Você é livre para fazer suas escolhas, mas é prisioneiro das consequências”. Então, quando você ouvir a pergunta “De que lado você está? ”, pense nas implicações que uma resposta rápida pode trazer. Ao escolherá um lado, principalmente por imposição de quem te pergunta, você, automaticamente, escolhe ser contrário a alguma pessoa, grupo ou algo. É possível que até aquele momento você vivesse relativamente tranquilo para, logo depois da resposta, angariar um bom número de opositores.
O grande problema nestes tempos de intolerância não é tanto escolher um lado, mas as pessoas que discordam e que ultrapassam o limite do diálogo e do debate. Estão com o “fio desencapado”. Tudo é motivo de choques e dissabores. Para elas não basta discordar, é preciso agredir quem pensa diferente. Xingam, ofendem e, algumas vezes, ocorrem até agressões físicas. Tudo isso pelo fato de se ter uma opinião contrária.
Se te perguntarem qual o time do coração, após a tua resposta, seja qual for, virão os deboches apontando as deficiências do clube que você admira e, logo depois, as ofensas diretamente a você, que simpatiza com o tal time.
Se perguntam sobre tua fé, tua devoção, a resposta, da mesma forma, fará brotar no questionador um sorriso amarelo de desapontamento e, muito provavelmente, uma tentativa de proselitismo. Sim, é verdade. Há religiosos especializados em pescar no aquário alheio, tirando os devotos de tal comunidade, apresentando a sua própria como a mais e única perfeita.
Na política então, nem se fale! Ao manifestar tua preferência, espere as imediatas agressões e os mais diversos tipos de desrespeitos daqueles que pensam de outra forma.
Então, prudência na resposta quando te perguntarem determinadas coisas. Avalie se vale o dissabor que será causado pela resposta. Mas, pior do que uma resposta que irá gerar divisão, é quando respondemos coisas que não estão sendo perguntadas.